O Inventário dos Reservatórios resulta de uma frutífera colaboração entre a Secretaria de Estado de Cultura, o INEPAC e a CEDAE. Em 2006 essa companhia realizou, juntamente com o INEPAC, um extenso levantamento do estado de conservação dos reservatórios tombados, o qual revelou a beleza desses equipamentos públicos e a urgente necessidade de recuperá-los. Tal recuperação poderá estar associada a estudos para a sua eventual abertura ao público e o seu aproveitamento para além da sua função técnica.
Os reservatórios da CEDAE integrantes deste Inventário fazem parte do Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro e foram tombados em 1998. Eles foram construídos durante o período de 1850 a 1930 e contam boa parte da história da capital e o Estado, assim como os feitos de seus governantes para prover água para a população. Contam também um pouco da evolução tecnológica da engenharia brasileira, notadamente em suas construções e nas concepções dos sistemas de abastecimento de água utilizadas pelos engenheiros de então, entre os quais se destacam Jerônimo de Moraes Jardim, Monteiro de Barros, os irmãos Rebouças e Henrique de Novaes.
Alguns reservatórios estão em pleno funcionamento, como o do Largo do França, o Monteiro de Barros, a Caixa Nova da Tijuca, o Açude do Pau da Fome e o Victor Konder. Este último depois de passar anos fora de operação foi reativado em 1999. Outros estão desativados ou em operação desassistida como é o caso do reservatório da Quinta da Boa Vista. Destes, alguns ainda guardam a possibilidade de voltar à carga ou de receber novos usos tendo em vista a localização privilegiada que desfrutam.
Situados em platôs nas encostas ou em topos de morros, alguns terrenos dos reservatórios são verdadeiros mirantes de onde, no caso da cidade do Rio de Janeiro, se descortinam vistas panorâmicas. Aqueles que são alimentados por mananciais locais, ou o foram originalmente, têm sua manutenção intrinsecamente ligada às matas que os circundam. Pois foi com o objetivo de preservar estes mananciais, e desta forma garantir o abastecimento de água na cidade, que no início do século XIX o Governo Real proibiu pela primeira vez o desmatamento nas áreas das Paineiras e Carioca. Seguiu-se a este ato a desapropriação destas terras para proteção de suas matas dos mananciais e do sistema de abastecimento instalado. O reflorestamento das áreas já devastadas teve início em 1861 sob a condução do Major Manoel Acher e do Administrador Thomás Nogueira da Gama. Na capital, esta louvável medida propiciou a recuperação das florestas da região da Tijuca, Sumaré e Paineiras e garantiu a preservação dos mananciais e a amenização do clima, contribuindo muitíssimo para beleza natural da cidade. Em outros municípios as matas dos mananciais são também locais de preservação da natureza e de lazer.
As fichas do Inventário, em geral, contêm as seguintes informações:
descrição da ambiência;
descrição das características arquitetônicas;
descrição do estado de conservação;
informações sobre a situação fundiária;
histórico do bem e
documentação fotográfica, assinalando os problemas identificados.
Além das visitas aos reservatórios, foram também utilizadas informações advindas dos processos de tombamento, acrescidas de outras obtidas através de pesquisas sumárias nas seguintes instituições:
§ CEDAE: Divisão de Patrimônio e Setor de Cadastro.
§ Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
§ Arquivo Nacional.
§ Arquivo da Cidade.
§ Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro.
[1] Inclui um Reservatório da companhia Águas de Niterói.